Um grande vilão para a saúde da rede coletora de esgoto é o descarte irregular de resíduos sólidos e gordura na tubulação. A atitude acarreta prejuízos à operação do sistema de esgotamento sanitário do município, causando danos à tubulação, ao meio ambiente, e à saúde e qualidade de vida das pessoas.

Balneário Camboriú conta atualmente com cerca de 95% de rede coletora implantada e por meio da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), realiza periodicamente manutenção e limpeza preventiva da rede, para evitar problemas e garantir o pleno funcionamento. Mas, mesmo com os procedimentos adotados, ainda ocorre complicações devido ao descarte de lixo na rede. Um exemplo, é a quantidade de materiais encontrados dentro das tubulações ao realizar as limpezas: restos de materiais da construção civil, madeira, plástico, papelão, sacos, e ainda, papel higiênico, fio dental, absorventes, cabelo, cotonetes e fraldas, que ocasionam a obstrução do fluxo (entupimentos).

“As obstruções ocorrem porque a rede coletora de esgoto tem apenas a função de coletar a contribuição residual dos imóveis. Quando é recebido um volume maior do que o esperado, seja por descarte de lixo e/ou água de chuva lançada diretamente na tubulação, o adicional acaba escoando por qualquer acesso, causando vazamentos ou retorno aos imóveis, já que o sistema foi dimensionado apenas para receber o esgoto” menciona a fiscal de saúde pública do departamento de Qualidade de Esgoto da EMASA, Tania Pedrelli.

Outro fator crítico é o despejo de resíduos de cozinha, como restos de comida e principalmente, gordura e óleo. Estes materiais enquanto estão quentes apresentam-se em forma líquida, o que pode dar a falsa impressão de não serem causadores de problemas. Porém, assim que resfriados endurecem, solidificando a gordura com sais minerais, matérias orgânicas, itens sanitários e lixo. “Quando todos esses elementos chegam ao ambiente do esgoto, grudam e se calcificam. O resultado é uma massa tão dura quanto o concreto, que entupirá a tubulação”, explica Tânia

A primeira etapa do tratamento de esgoto consiste em retirar todos os resíduos sólidos por meio de peneiras, logo após, os resíduos coletados são direcionados para caçambas de entulho, que são coletados e enviados à aterros sanitários. Em Balneário Camboriú, são retiradas aproximadamente 13 toneladas de resíduos sólidos ao mês. A destinação desse material proveniente do descarte irregular, resulta em um gasto anual de aproximadamente R$ 45 mil reais para o município.

“É de extrema importância que a população entenda as consequências geradas pelo descarte irregular. As pessoas pensam que ao apertar o botão da descarga, tudo se desintegra. Mas existe todo um processo que pode ser dificultado em função das irregularidades”, explica o diretor-geral da EMASA, Douglas Costa Beber, reforçando que é necessário a consciência ambiental da utilização adequada do sistema de esgotamento sanitário e o descarte dos resíduos sólidos.

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