Descarte irregular de resíduos pode sobrecarregar a rede coletora
Não é só a demanda do tratamento e abastecimento de água que aumenta nesta época do ano. Com a temporada, o período de férias e a demanda de turistas em Balneário Camboriú, a coleta e o tratamento de esgoto e as manutenções preventivas também aumentam consideravelmente neste período. De acordo com dados da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), a vazão média atual de tratamento é de 764 litros por segundo; cerca de 50% a mais do que a média de esgoto tratada durante o ano, que é de 505 ls.
Neste período, também aumenta a frequência das limpezas preventivas nas 27 Estações Elevatórias de Efluentes (EEE) em funcionamento no Município, principalmente da região Central, que recebem mais contribuição e ainda, ficam sobrecarregadas com o descarte irregular de resíduos sólidos nas redes. Os cestos, que retém os resíduos para a separação dos sólidos grosseiros, são limpos duas vezes por semana nas elevatórias do Centro ou até três, havendo necessidade. Já as localizadas nos bairros, recebem esse serviço uma vez por semana. As EEE têm como principal função, transportar o efluente que vem das redes até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no Bairro Nova Esperança.
As redes coletoras estão dimensionadas para conduzir à Estação de Tratamento apenas o esgoto doméstico resultante do uso dos banheiros, tanques e pias de cozinha – cerca de 99% de material líquido e somente 1% de sólidos. Portanto, quando outros produtos são descartados incorretamente, podem acontecer entupimentos e rompimentos de rede, provocando o retorno do esgoto para dentro dos imóveis ou a sobrecarga da rede e consequentemente, os extravasamentos em vias públicas.
De janeiro a dezembro de 2021, foram 2.868 registros de serviços relacionados a desobstrução da rede coletora de esgoto, tanto preventivas, como emergenciais. “O sistema subterrâneo de esgoto tem a função de coletar água suja, não objetos como papel, absorvente, preservativo, ou até um simples fio dental e fios de cabelos, que devem ser descartados no lixo, nunca em ralos e vasos sanitários. Esses materiais podem causar obstrução da tubulação, o que representa prejuízo para o correto funcionamento do sistema de esgotamento sanitário”, menciona o diretor geral da Emasa, Douglas Costa Beber. Lembrando que pode ainda, ocasionar danos à Estação de Tratamento, gerando mais trabalho e manutenção nos equipamentos.
Mesmo quando não há a intenção de despejar lixo no esgoto, a desinformação e a falta de atenção em atividades rotineiras podem causar transtornos para todos. Os fios de cabelo que se acumulam no ralo do banheiro após o banho, e o óleo despejado na pia da cozinha, por exemplo, são dois dos principais vilões das tubulações. Por isso, é preciso ficar atento ao descarte de resíduos à rede de esgoto. O bom funcionamento da rede coletora de esgoto depende de cada um dos usuários.